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sábado, 15 de outubro de 2016

Antevisão da prova de estrada dos Campeonatos do Mundo


Para encerrar a estadia do pelotão internacional em Doha, teremos a prova de elites masculinos de estrada. Tudo indica para uma chegada ao sprint, mas com uma passagem pelo deserto, o vento pode fazer das suas.

Percurso
Tal como todas as provas que se disputaram durante a semana, esta não foge à regra e será mais uma corrida totalmente plana. No total, serão 257,3 kms.
 A prova começa no centro de Doha, levando depois o pelotão para o deserto. Os primeiros 70 kms da corrida serão feitos junto à costa, que é onde está o perigo das bordures, se o vento aparecer. Após esta fase, os ciclistas voltam para Doha numa estrada ainda mais junta à costa. Ao quilómetro 136,9 entrar-se-á no circuito final, que tem 15,2 kms e será percorrido por 7 vezes e será na ilha “The Pearl”.  
 Este circuito não é muito complicado na sua fase inicial, tendo apenas algumas rotundas e curvas não muito apertadas. No final, tudo será diferente. A 3300 metros da chegada, existirá uma curva em U,

sendo que 300 metros mais à frente existirá uma curva para a esquerda. Outra curva para a esquerda, numa passagem pela rotunda, está a 1500 metros da chegada. A última curva em U está a 1000 metros do fim, sendo que depois a estrada é quase em linha reta.

Perfil da prova

Favoritos
Numa corrida como esta, muitos cenários de corrida podem acontecer. O pelotão pode-se partir na passagem pelo deserto, bem como ir todo junto até ao final. A Bélgica terá um papel preponderante no desenrolar da prova, pois querem endurecer a corrida para eliminar alguns sprints. Se o conseguir, vamos ter um dia espectacular de ciclismo, senão será uma corrida aborrecida.
Um ciclista que se adapta bem a qualquer dos cenários é Mark Cavendish. O britânico teve um pequeno problema de saúde no último mês o que o impossibilitou de correr, no entanto apareceu no Paris-Tour, fazendo 6º, mostrando que está em boa forma e todos sabemos que quando Cavendish tem um objectivo, prepara-se como poucos. Se conseguir estar ao nível que apresentou no Tour deste ano, será quase impossível derrotá-lo, mas será ele capaz de se apresentar da mesma forma? Adam Blythe terá a responsabilidade de posicionar o Míssil da Ilha de Man e levá-lo ao 2º título mundial depois de 2011, em Copenhaga.
Acreditamos que o seu grande rival deve ser André Greipel. O Gorila corre na mesma equipa que Marcel Kittel, no entanto o mais velho dos dois será o líder e terá o apoio da sua selecção. O germânico não tem corrido nos últimos tempos, para evitar qualquer percalço na sua preparação, mas mesmo assim pensamos que este esteja em grande forma e, ainda por cima, no final de uma corrida longa, Andre Greipel ainda se torna mais forte. Se há ciclista que precisa de comboio, Greipel é um deles e Degenkolb é capaz de lançar o seu líder na perfeição.

Outsiders
Não são muitos os ciclistas que se podem gabar de ter ganho dois títulos mundiais consecutivos, mas se há ciclista que o consegue fazer é Peter Sagan. O eslovaco teve uma grande temporada e vem de um 3º lugar na geral do Eneco Tour, prova onde venceu 2 tiradas. Sagan está habituado a correr sem equipa, pelo que não vai estranhar, e sabe-se posicionar como poucos, sendo uma grande vantagem para o final.
Nacer Bouhanni tem um dos melhores comboios da competição, com os seus escudeiros da Cofidis, Christophe Laporte e Geoffrey Soupe a estarem presentes. Esta é uma grande vantagem para o francês que tem vindo a sprintar muito bem desde meados de agosto pois tem conseguido algumas vitórias, para além ser muito regular.
Um ciclista que vence sempre que vai ao Qatar é Alexander Kristoff. O norueguês tem-se tornado um cliente habitual do Tour of Qatar e venceu, inclusive, a etapa deste ano que terminou na chegada dos Mundiais. Isto pode motivar, ainda mais, o Viking que se torna mais forte após uma longa corrida e consegue igualar a sua ponta final com a dos adversários.

Possíveis surpresas
Como seria de esperar, todos os candidatos à camisola do arco-íris não estão nas duas categorias já abordadas. Assim, gostaríamos de destacar mais 6 ciclistas que pensamos serem os outros candidatos. Começamos com Marcel Kittel que não vai ser o líder da sua selecção mas deve poder fazer a sua corrida. Ultimamente não tem tido muita sorte para mostrar a sua condição física, mas parece-nos bem. Contra si, joga o factor de ter que se desenrascar sozinho no final, onde pode gastar muitas energias. Depois da vitória convincente no Paris-Tours, Fernando Gaviria é um sério candidato ao ouro. O colombiano preparou muito bem esta prova e se estiver no sítio certo, pode muito bem vencer. A Itália vem com dois líderes, Giacomo Nizzolo e Elia Viviani, no entanto pensamos que o primeiro deve ser aquele que mais hipóteses deve ter no final, pois conseguiu muitas vitórias nesta fase terminal da temporada e o pequeno inclinar da estrada no final favorece-o. Por fim, falamos de Dylan Groenewegen, ciclista que bateu os grandes sprinters na etapa 1 do Eneco Tour e em outras provas, e Tom Boonen, veterano belga que vinha em grande forma antes de uma queda mas parece estar a recuperar aos poucos e a tempo da corrida. Não acreditamos que o título mundial possa fugir dos nomes já referenciados, mas temos que ter em atenção Arnaud Demare, Sam Bennett, Maximilano Richeze, John Degenkolb, Caleb Ewan e Alexander Porsev. Para ataques de longe, olho em Zdenek Stybar, Oliver Naesen e Greg van Avermaet.
MM

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