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domingo, 1 de novembro de 2015

CAMPEÃS DO BRASIL RIDE 2015.



GUERREIRAS, AMIGAS, ATLETAS E CAMPEÃS DO BRASIL RIDE 2015.
A ideia soou estranha e promissora quando foi sugerido que as campeãs brasileiras de Maratona e XCO (esta favorita a representar o Brasil nos jogos Olímpicos de 2016) se juntassem para competir a 6ª Brasil Ride.
Não se conheciam bem, nunca haviam pedalado juntas, tampouco corriam na mesma modalidade. Mesmo assim mostraram que o trabalho em equipa, quando levado a sério - com respeito e cumplicidade – conquistam os maiores títulos.
Conheça um pouco a respeito das nossas campeãs do Brasil Ride 2015 -
Raiza Goulão e Viviane Favery. frente.

Qual foi a reação de vocês quando surgiu a idéia de fazerem o Brasil Ride em dupla em 2015?
Meu objetivo com o Brasil Ride era de vir buscar pontos olímpicos, e estava em busca de uma dupla desde do início da temporada.
Pela proximidade com a Specialized (que patrocina as duas atletas), surgiu a oportunidade de fazer com a Vivi que já é uma atleta de maratona e já realizou três vezes a competição.
Assim juntamos o útil ao agradável e à ideia principal de nos divertir. – Diz Raiza Goulão.
Eu fiquei muito feliz em ser ter tido resultados e experiência suficientes que me colocassem em condições de ser dupla da Raiza.
Me senti honrada com o convite e muito motivada a treinar para esse desafio. – Acrescenta Vivi Favery.




Qual foi o impacto em cada uma por segurarem a camisa de líder desde o primeiro dia e cruzar a linha de chegada na última etapa como campeãs?
Só fiquei mais tranquila e comecei a acreditar que a vitória da Brasil Ride poderia se concretizar depois da 5ª Vitória.
Até então cada dia era uma nova prova a ser vencida da melhor forma possível, sem economia.
A 6ª etapa foi em modo mais econômico, não só porque estávamos com mais de 3hs de vantagem e poderíamos fazer isso, mas porque precisávamos nos poupar para a 7ª etapa e poupar nossos equipamentos.
Mesmo "tirando o pé" chegamos apenas 1 min após a primeira dupla, e pude finalmente cruzar a linha de chegada feliz, com sorriso no rosto e curtindo o momento (todos os outros dias eu cruzei a linha de chegada mal conseguindo falar).
E mesmo assim mal consegui dormir nesse dia, tensa com a última etapa, pois aí sim, se algo desse errado, qualquer erro significaria TUDO a perder, toda a luta de 6 dias consecutivos, toda tensão emocional e todo esforço físico.
A única coisa que passava na minha cabeça eram os pontos que a Raiza poderia ganhar com essa vitória, um possível top 15 na UCI e a vaga olímpica.
E que eu não podia errar, não podia cair, simplesmente precisava chegar no final.
 Quando isso de fato aconteceu, não aguentei a emoção e cai no choro.
Por ela, sua busca olímpica e por ser capaz de ajudá-la.
E por toda superação que passamos nesses 7 dias, cada uma do seu modo. - Vivi
Para mim foi de uma brincadeira à uma situação que ficou séria.
Ao decorrer de cada etapa eramos vencedoras abrindo uma vantagem que nunca imaginamos, e a cada vitória ficávamos mais felizes e confiantes e ainda quebramos o recorde de tempo feminino na quarta etapa. - Raiza




Vocês optaram por utilizar a S-Works Era. Quanto a bike full suspension as ajudou nesta conquista?
Para uma prova como essa não temos dúvidas de que a Full suspension é a melhor opção, pois com percursos muito técnicos que levam o atleta e a bike ao extremo e além de proporcionar um conforto maior. – Avalia Raiza
A bike fez toda diferença para nós, pois além de poupar o corpo, permitiu melhor performance nas partes técnicas, tanto em subidas quanto em descidas. – Diz Vivi

Com relação aos acessórios e roupas, o que não pode faltar?
O capacete S-works Prevail fez toda diferença por sua leveza e ventilação no calor de 45° da chapada Diamantina. Nem lembrava de tirar o capacete quando acabava as etapas!
E a incrível S-Works Era que foi maravilhosa :-). – Vivi.
Com essa linha voltada ao público feminino a Specialized sempre faz o maior diferencial, o capacete muito confortável e leve, as luvas que nos ajudam a evitar calos e dormência na mão, as sapatilhas rígidas e que ao caminhar nos proporcionam conforto, o bretelle com um forro confortável que ao longo de tantas horas faz grande diferença para nós atletas. – Raiza.
"Como disse em um post que fiz no meu Instagram, ganhei a Brasil Ride e ganhei uma irmã! Gostamos das mesmas coisas e temos valores parecidos. O que vivemos nesses 7 dias só nós sabemos.
Criou-se uma amizade, uma torcida mútua e uma parceria para a vida toda." Vivi Favery.
Vocês encontraram afinidades, gostos em comum e outros fatores que mantenham esta amizade além da competição?
Foi engraçado pois temos muito pontos em comum e daqui sairemos grandes amigas fora do mundo da bike. – Diz Raiza
Como disse em um post que fiz no meu Instagram, ganhei a Brasil Ride e ganhei uma irmã! Gostamos das mesmas coisas e temos valores parecidos.
O que vivemos nesses 7 dias só nós sabemos. Criou-se uma amizade, uma torcida mútua e uma parceria para a vida toda." Vivi Favery.

Qual a principal evolução desde que iniciaram no MTB?
Apesar de ser formada em propaganda e marketing, o MTB foi a minha real universidade.
Foi praticando o Mountainbike que me descobri como mulher, meus potenciais, meus pontos fracos e fortes, que tracei objetivos de vida, que me transformei em uma executiva competente e por aí vai.
É uma relação que vai muito além da pratica esportiva e que me surpreende a cada novo desafio/competição. – Argumenta Vivi
Já para mim foi o maior crescimento pessoal e investimento em algo que realmente amo, a cada dia que passa acredito mais em minha carreira e no crescimento de minha performance.
Acrescenta Raiza.

Qual a dica para as novas ciclistas buscarem seus sonhos e objetivos?
Nunca desista de seus sonhos mesmo que uma porta se feche acredite em você pois muitas outras se abrirão. - Raiza
Para irem atrás!!!
Acreditar, ouvir sempre o seu "anjinho" que diz que você pode tudo o que você quiser e não dar bola pro "diabinho" que diz que é impossível (ou que fala "pra que tudo isso?
Contente-se com menos") - Vivi. 
O que representa para vocês serem mulheres, femininas, vaidosas, e enfrentarem provas tão desafiadoras e agressivas como esta?
As pessoas assimilam exigência física e agressividade com masculinidade, mas a verdade - e o que se constata é que o esporte de alta performance, especialmente o MTB, tem seu lado feminino.
A paciência para agir na hora certa, para superar uma subida longa, o jeitinho para passar um trecho técnico de maneira "limpa", a capacidade de controle emocional, a habilidade de ajudar uma a outra...
Enfim, para mim o MTB é um esporte super feminino! – Diz Vivi
Acho que o MTB é isso, foi assim que me conquistou.
A cada momento que me sinto desafiada, me sinto mais livre e mais vencedora.
Como alguns dizem sobre mim, ‘me sinto uma guerreira que nunca desiste de seus ideais’. – Declara Raiza

Por fim alguma dica para um trabalho em equipe de sucesso?
Paciência, nunca desista e demonstre ao seu parceiro que ele pode ir muito mais além, pois sozinho você não é nada em uma prova como essa. – Define Raiza.
RESPEITO e auto controle.
Temos a tendência de externar nossas questões, como se fosse problema do outro enquanto na verdade é você quem decide o que fazer com o seu sentimento, com a dor que está sentindo.
Todas as vezes que a Raiza estava prestes a perder a paciência comigo (por eu andar mais devagar que ela), ela soube respirar fundo e fazer um gesto de incentivo, que fazia com que eu tivesse mais forças para seguir pedalando firme.
E o mesmo aconteceu comigo, quando tudo doía e eu não aguentava mais, em vez de reclamar, chorar ou falar que estava mal, eu respirava fundo e seguia em frente, talvez num ritmo mais devagar do que eu gostaria, mas no que eu tinha para dar.
O ego grita nessas horas, e temos que tratá-lo como uma criança mimada que não merece atenção. – Conclui Vivi.

MM

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