Especialistas indicam precauções para evitar mal-estar ou perda de desempenho por causa de refeições erradas.
A triatleta amadora Giovana Leiner venceu a categoria mountain bike para mulheres com mais de 29 anos do Caiobá Sesc Triathlon. Um dos cuidados que ela teve para terminar a prova semiolímpica com o 28.º melhor tempo no geral entre as amadoras (1h21min52s) foi com a alimentação." Decidi não arriscar e levei comida congelada, que preparei na pousada”, conta.
Se levar em conta que a atleta, é nutricionista clínica desportiva, poderia dizer-se que o cuidado foi um mero precioso profissional. Mas o que se come nos dias e horas que antecedem uma competição influencia, sim, no desempenho.
Não é preciso mais do que um deslize na dieta para acabar com todo o trabalho de preparação da prova. Especialmente quando o evento a ser disputado inclui viagens, em que os atletas se expõem a mudanças na rotina e cozinhas às quais não estão habituados. Não é difícil encontrar quem tenha uma história sobre abandono de prova por causa de dores de barriga, intoxicação alimentar e até crises de diarreia antes ou depois das provas.
A recomendação prudente é evitar experimentações, fugir da tentação das fartas mesas de café da manhã de hotéis e pousadas e deixar para provar o prato típico da região só horas depois de passar pela linha de chegada. “É importante evitar frituras, que exigem muita energia para serem digeridas. Frutos do mar também devem ficar fora da lista de alimentos da véspera da competição”, diz Giovana.
Levar produtos ricos em proteínas e de fácil transporte, para as refeições intermediárias. “Pode-se apostar nas frutas desidratadas, nas castanhas, barras de cereais. Em alguns casos, até pode pensar-se numa suplementação alimentar substitutiva, mas que deve ser feita com orientação especializada.”
Cada atleta aprende a desenvolver seu próprio “kit de sobrevivência” para o caso de não encontrar a comida mais adequada para manter sua rotina alimentar. Carbogel, pães tipo bisnaga, barras de cereais, bebidas isotônicas e até papas industrializadas para bebês entram na lista. “O ideal é fugir aos salgadinhos e bolachas recheadas, por causa dos conservantes. São ricos em carboidratos, mas não suprem outras fontes de nutrientes e vitaminas”, recomenda.
O jantar da véspera e o café da manhã horas antes de competir são as refeições que mais exigem atenção (sem esquecer que a hidratação deve ser reforçada). Na noite anterior, é hora de investir nas massas, ricas em carboidratos, é leve nas proteínas e evitar molhos brancos. Muitas pessoas podem sentir desconforto durante a prova pela dificuldade em digerir a lactose. “Pela manhã, é importante comer até: uma hora antes da partida, priorizando sumos de frutas e pães brancos, que têm menos fibras do que as frutas inteiras e os pães integrais”, fala Giovana.
Outra regra importante é programar com antecedência. Vale pesquisar os menus dos restaurantes da região e consultar o horário em que o café da manhã começa a ser servido nos hotéis. “As provas de triatlo normalmente começam muito cedo, às vezes, antes de o café ser servido. Sempre que podemos, procuramos hotéis de melhor infraestrutura, e contar com o que a cidade nos oferece, mas, de qualquer forma, sempre temos um lanche garantido na bagagem”.
DicasOpções para garantir uma boa alimentação:
1 • Antes de viajar, informe-se sobre os horários de refeições e a variedade do cardápio de restaurantes.
2 • Muitas competições oferecem um jantar de massas na véspera.
3 • Inclua barras de cereais, frutas, frutas secas e sandes sem maionese ou queijo. Papas de bebê sabor frutas são boas fontes de vitaminas.
4 • Garanta porções de proteínas com frango cozido ou suplementos.
5 • No café da manhã, prefira alimentos com poucas fibras, mas energéticos.
6 • Em provas longas – mais de 40 minutos –, é bom usar repositores de carboidratos.
7 • No pós-prova, prefira a reposição energética. Ingerir frutas suculentas e bebidas isotônicas.
Fonte: Nutricionistas Giovana Leiner