Um dos maiores problemas para os milhares de pessoas que vão ao Rock in Rio é chegar, e principalmente sair, do festival, mas o parque de bicicletas gratuito e seguro junto da entrada está praticamente vazio.
Este ano, pela segunda vez, foi construído um local para quem quer chegar ao Parque da Bela Vista de bicicleta, o que evita as horas à espera de táxi ou muitos quilómetros a pé de madrugada, depois dos concertos.
Ainda assim, no final da tarde de sexta-feira, com milhares de pessoas a confluírem para o Rock in Rio, estavam no recinto seis bicicletas, metade de estrangeiros. António Baganha, responsável no local, confessa à Lusa não ter uma explicação mas admite que a iniciativa foi pouco divulgada.
É difícil de saber, “as pessoas estão mal informadas, talvez”, diz à Lusa, ele mesmo um aficionado das bicicletas e que chega todos os dias, e parte todas as noites, montado na sua.
António Baganha vive em Lisboa, na zona de Benfica, e sabe bem que é possível chegar ao Parque da Bela Vista, onde acontecem cinco dias de música que juntam centenas de milhar de pessoas, através de ciclovias.
E nem lhe é difícil fazer as contas. Do lado de cima da entrada principal do recinto há uma ciclovia que passa na Rotunda do Aeroporto, Avenida do Brasil e depois Campo Grande. Pode-se ir por ela até Benfica e Parque Eduardo VII. Mas para quem quer ir para sul, para os lados do Parque das Nações, também terá ciclovia.
Não há portanto razão para tão pouca afluência. Além da fácil acessibilidade, o local para as bicicletas está aberto das 16:00 às 04:00, é seguro e é gratuito. E conta António Baganha que tem ainda outra vantagem: um mecânico presta auxílio a quem tiver no caminho algum “acidente”. “Conserta furos, afina as bicicletas, faz de tudo um pouco”, explica Baganha.
Na noite de quinta-feira, quando a banda Rolling Stones atuou no Rock in Rio, estiveram no Parque da Bela Vista mais de 90 mil pessoas. No outro parque, com 69 lugares, estavam 30 bicicletas.
Diz António Baganha que bem arrumadas podem ficar mais de 69 mas pelo andamento nunca vai ter esse trabalho.
Na noite de quinta-feira, depois do concerto, registaram-se filas enormes de automóvel, as linhas de pedido de táxi entupiram e deixaram mesmo de responder e muitas pessoas caminharam quilómetros para poder regressar a casa. Não foi divulgado qualquer problema envolvendo bicicletas.Lusa
Ana M.