Mulheres e bicicletas. Essa relação é muito mais próxima do que você pode imaginar. Quando a feminista americana Susan Anthony disse, no sec. XIX, que “Ela tem feito mais para emancipar as mulheres do que qualquer outra coisa no mundo”, ela estava se referindo justamente ao meio de transporte de duas rodas mais tradicional que existe. A bicicleta teve um papel muito mais importante na emancipação feminina do que podemos imaginar hoje em dia. Além de ter dado a elas autonomia para irem e virem sozinhas, as magrelas (aqui estamos falando das bikes, hein?) também tiveram uma participação considerável na mudança do vestuário feminino.
Foto histórica do “Beamish Museum” do que possivelmente foi uma manifestação pelo direito ao voto feminino. Crédito: Beamish Museum/Flickr.
Como podem imaginar, a ideia não foi aceita de forma positiva por toda a sociedade desde o início. As primeiras pedaladas dadas pelas mulheres da época sofreram muitos tipos de preconceitos, tendo inclusive médicos que condenavam a prática, justificando que o hábito poderia ocasionar até abortos e esterilidade feminina. Pois é, acreditem se quiser. Além disso, houve também quem considerasse indecente o fato de alguma mulher andar de bicicleta. Pode isso? Ainda bem que nem todos concordavam com tais afirmativas e alguns médicos chegaram a defender o uso de bicicleta por mulheres, ressaltando os benefícios que poderia proporcionar à saúde.
Graças à mulheres incríveis que, mesmo com obstáculos, optaram pela sua liberdade e autonomia, como algumas feministas francesas e americanas que foram pioneiras no ciclismo, a bike foi sendo incluída na vida delas e o ato de pedalar uma hora acabou sendo aceito e considerado normal também para o público feminino. Maria Pognon, na época presidente da Liga Francesa de Direitos da Mulher, chegou a dizer que “a bicicleta é igualitária e niveladora e ajuda a libertar o nosso sexo”. Você concorda?
É por isto que a o processo histórico de libertação destes seres tão especiais está tão ligado a uma prática que nos parece ser tão banal atualmente. É por isto que toda mulher pode e deve celebrar a sua independência. Que as nossas “pretty womens” contemporâneas se sintam cada vez mais livres para pedalar, para ir e vir, para viver e sorrir. Um viva e um enorme parabéns para todas as mulheres desse mundo.
Ana M
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