A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) apoiará uma eventual candidatura de Lisboa à realização do maior congresso mundial sobre ciclismo, o Velo-City, em 2021, disse um dirigente daquele organismo.
A propósito da edição deste ano do evento promovido pela Federação Europeia de Ciclismo (ECF, na sigla inglesa), encerrado na passada terça-feira em Taipé, capital de Taiwan, Sandro Araújo, vice-presidente da FPC, que participou no congresso, afirmou ver “uma janela de oportunidade” para trazer à capital portuguesa uma iniciativa que provoca um “grande impacto” nas metrópoles onde se realiza.
Em Taipé, estiveram no encontro de quatro dias cerca de 1000 delegados em representação de 43 países dos diferentes continentes.
“A Federação está disposta a apoiar uma candidatura portuguesa”, revelou Sandro Araújo.
Lisboa candidatou-se à realização do evento em 2017, chegou a estar entre as três cidades finalistas, mas foi preterida a favor de Arnhem, na Holanda. Em 2018, o congressos decorrerá no Rio de Janeiro.
“Uma segunda tentativa poderá ter mais hipóteses que a primeira”, defende o dirigente federativo.
Dos trabalhos que decorreram em Taiwan, Sandro Araújo realça dois grandes temas: a evolução do ciclismo e do uso da bicicleta e o grande ênfase que está ser atribuído à devolução das cidades e do espaço público às pessoas, onde a bicicleta como meio de transporte terá um papel preponderante.
“Houve erros que se cometeram [na gestão do espaço público] ao longo de décadas e que vai ser difícil reverter, mas tem que ser feito”, sustenta.
Outro aspeto em que foi realçado o papel da bicicleta é o combate ao sedentarismo, tonando-se numa forma fácil de levar as pessoas a fazer exercício enquanto se deslocam sem custos e de forma sustentável, com as inerentes vantagens na saúde pública.
A socialização entre ciclistas foi mais uma vantagem da bicicleta abordada em Taipé, que falam e comunicam mais entre si do que os utentes dos transportes públicos, por exemplo, para já não falar na ausência absoluta de comunicação entre automobilistas.
Ficou também patente no congresso o esforço da ECF para colocar a bicicleta na agenda da União Europeia.
“Assiste-se a uma tentativa para mudar tudo para que tudo fique na mesma”, por parte dos protagonistas habituais, considera Sandro Araújo, exemplificando com as tendências para reduzir o tamanho dos automóveis ou criar viaturas sem condutor, o que não resolve o problema da acessibilidade nas cidades.
Ora a bicicleta, “como solução mais ligeira e simples, não está a ser tida em conta, situação que diz ter que ser alterada.
Como exemplo, referiu que apenas 0,7 por cento do orçamento comunitário é alocado há bicicleta, o que é “incomparável” com os apoios dados pela União a outros transportes, como a aviação.
MM
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