A Pattern a Day está de férias. Quem posta por aqui hoje é minha querida professora Angélica Oliveira, artista plástica, estilista e amante da filosofia. Uma inspiração!
A transformação do vestuário feminino foi desencadeada pelo processo de modernização que transformou as cidades e a vida de seus habitantes. A urbanização dos centros urbanos foi simultânea ao surgimento de novos meios de transportes que transformaram os modos de vida e a cultura citadina nas metrópoles do século XIX.
A bicicleta desencadeou uma série de mudanças para a cultura feminina por ser um meio de transporte moderno e sem tradições vinculadas aos gêneros e papéis sociais. A prática do ciclismo trouxe mais uma importante emancipação: a mudança do vestuário feminino. Para que as mulheres pudessem pedalar seria necessário o uso de um vestuário simplificado e confortável. A primeira modificação iniciou-se pelo corpete, as adeptas do transporte trocaram o espartilho pelo Spencer (uma adaptação do casaco masculino para o vestuário feminino). Em seguida, abandonaram as anquinhas e adotaram as saias calças.
Nos anos entre 1882 e 1884 as ciclistas passaram a adotar uma nova roupa para praticar o esporte ou simplesmente transitar nos centros urbanos. As mulheres passaram a adotar uma calça mais curta denominada, nos Estados Unidos, de Bloomer e, na Inglaterra, de Knickerbockers. A calça Bloomer foi Lançada em 1850 por Amelia Bloomer para dar liberdade de movimento às mulheres, sendo uma das reformas mais importantes na história do vestuário feminino. Esta peça foi responsável por pensar a diferença entre gêneros e subverter o dimorfismo sexual presente na moda até o século XIX que legislava o uso de calças para homens e saia para mulheres.
Para Walter Benjamin a bicicleta foi um símbolo da emancipação feminina. A bicicleta propiciou não só a reforma do vestuário feminino como mudou definitivamente as atitudes sociais em relação às estas peças. O uso da roupa esportiva marca o momento da conceção do vestuário moderno. O uso da roupa bifurcada permitiu as mulheres liberdade em seus movimentos e deslocamentos no espaço público.
Ana M
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