3º lugar no GP do Quebec e 8º no GP de Montreal levam o corredor da Movistar a manter-se entre os melhores do mundo. Rui Costa ocupa nesta fase a 9ª posição geral no ranking.
A grande aposta de Portugal para a prova de estrada em Limburgo chama-se Rui Costa. Em entrevista ao Eurosport, o atual 9º classificado do ranking WorldTour analisa os favoritos e explica o que é preciso para ser o primeiro a passar no alto do Cauberg.
Há sonhos que acompanham os atletas de alta competição ao longo da carreira. Para os ciclistas os momentos mais imaginados são o pódio nos Campos Elíseos e o envergar da camisola do arco-íris.
Ora, nunca o título mundial esteve tão perto de poder vir parar a Portugal como este ano, em que a seleção nacional apresenta um quarteto experiente, altamente moralizado e em boa forma nesta fase do ano.
Olhando para as características da prova de fundo em Limburgo, na Holanda, percebe-se que o nome de Rui Costa surge num lote restrito de potenciais candidatos e só isso faz sonhar os portugueses.
O poveiro vê as coisas de outra forma e com humildade reconhece que “há muitos corredores superiores a mim, isto é, num lote de 5/10 ciclistas favoritos ao título mundial eu ficaria de fora porque há quem esteja muito forte para atacar a subida final ao Cauberg. Falo de homens como Valverde, Contador, Rodriguez, Gilbert ou Gerrans. Eu terei que jogar de outra forma, estudar a corrida e ver a estratégia que o selecionador nacional vai querer seguir”.
Vencedor da Volta à Suíça, 18º no Tour e regular durante todo o ano, o corredor da Movistar tem estado sempre com os melhores e por isso parte para os Mundiais com ambição: “Chego confiante depois de uma boa passagem pelas clássicas do Canadá, mas o Mundial é uma prova diferente, com um pelotão distinto e onde vamos ter muitas jogadas porque nem todas as seleções vão querer levar a decisão para a última subida. Só em prova é que se vai ver o que acontece e aí terei que ver como me encontro”.
“TÍTULO? TODOS SONHAMOS COM O MESMO”
À frente de Rui Costa está agora um percurso semelhante ao da Amstel Gold Race, que inclui a mítica passagem pelo Cauberg nos metros finais. “O percurso é-me muito mais favorável do que o de 2011, que era praticamente plano. Desse ponto de vista parto mais confiante porque é ao meu jeito. Adoro e conheço o Cauberg, além disso sei que o circuito também pode ser duro dependendo do ritmo de corrida. Certo é que nos 60 km finais vai acontecer tudo muito rápido porque vai haver quem tente fazer uma prova por eliminação e por isso vai-se andar a alta velocidade”, antecipa Rui Costa.
O ambiente será intenso – ou não estivéssemos na Holanda – e isso faz aumentar o desejo de ganhar. Aos 25 anos e já com quatro épocas de experiência no WorldTour, Rui Costa não é ingénuo e sabe que mesmo estando em forma o título é uma missão difícil: “Todos os ciclistas que vão estar no pelotão nesse dia têm vontade de ganhar. Não é uma clássica daqui ou dali, é o Mundial! Notei essa vontade no Canadá onde vi como o Lars Petter Nordhaug surpreendeu tudo e todos ao arrancar para a vitória quando não estava sequer entre os favoritos em Montreal. Estão todos em grande forma e há que saber aproveitar as oportunidades como fez o Nordhaug, que nesse dia não estava marcado e soube rematar”.
PORTUGAL LUTA CONTRA AS PROBABILIDADES
Claro que a tarefa portuguesa é difícil, sobretudo tendo em conta que nas últimas dez edições só em uma ocasião venceu uma nação que não levava o máximo de corredores. O feito foi alcançado pela Noruega através de Thor Hushovd, mas diz a lógica que dificilmente será repetido.
A Portugal resta tentar melhorar o 14º lugar de Acácio da Silva em 1983, ainda hoje o registo mais importante da seleção nacional em Campeonatos do Mundo. Para tal terá que surpreender as grandes potências da modalidade num jogo que é desigual desde o primeiro metro, já que os lusos partem apenas com quatro atletas.
“Levar os nove corredores faz toda a diferença. Equipas como Espanha, Bélgica, Itália e Austrália vão exclusivamente com o objetivo de ganhar e com mais homens podem proteger melhor os líderes, além de que ficam com mais alternativas. Seleções com menos atletas resguardam-se como podem e procuram movimentar-se apenas na parte final da corrida”, explica o poveiro que, juntamente com André Cardoso, Sérgio Paulinho e Bruno Pires, estará às ordens do selecionador nacional, José Poeira.
Com a estratégia ainda por definir, mas cheio de ambição, Rui Costa admite “ter trabalhado para poder estar na frente na última subida. Creio que Espanha, Bélgica, Holanda e Austrália vão controlar a corrida e a fuga, para depois endurecerem o ritmo a 2/3 voltas do final e aí vai ser a loucura”.
Quanto ao vencedor sobram nomes. Rui Costa será um deles, mas na lista final de candidatos ao título mundial há rivais que vão merecer particular atenção do português: Peter Sagan, Edvald Boasson Hagen, Alberto Contador, Alejandro Valverde, Joaquim Rodriguez, Simon Gerrans e Philippe Gilbert.
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