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quinta-feira, 5 de julho de 2012

LEVI STRAUSS, & CO.


Longe vão os tempos em que as Levis chegavam de madrugada directamente de New York.
Nessa altura ainda as etiquetas diziam Made in USA, e escolhiam-se pela medida da cintura e do comprimento.
 As primeiras foram modelos 517 e 562, mais clássicos e largos, dum azul muito escuro e quase que ficavam de pé sozinhas, tal era a carrada de goma que as impregnava.
 Quem se lembra da moda das calças muito justas, com botas alentejanas ou de tacão alto?
 Mas a importação contra-bandista não se limitava apenas a calças. Vieram camisas de ganga, blusões, blusões com pelo e blusões de bombazine.
No início dos 80′s a Levis que se vendia por cá era caríssima e de inferior qualidade, o que até nem fazia muito sentido porque a marca tinha em Portugal alguma produção. Dizia-se então que a melhor Levi Strauss à venda fora dos states saía de cá. Anos mais tarde assistiria ao encerramento do escritório no Porto onde a marca controlava toda a produção adjudicada a fábricas portuguesas, num prédio da avenida de Boavista. Hoje, e apesar de não estar referenciada qualquer produção da marca no país vizinho, somos uma simples sucursal da Levi Strauss España S.A. Em Portugal havia em Março e segundo dados da própria marca, 26 empresas nacionais a produzir para a Levis. 
De regresso ao século passado, quem tinha o privilégio de mandar vir roupa do outro lado do Atlântico, para além das calças com a bandeirinha vermelha no bolso, havia quem preferisse as Lee ou as Wrangler, fosse pelo corte, a cor da ganga ou o tipo de linha usado nas costuras.
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Hoje voltaram a fabricar no país de origem modelos exclusivos a preços equivalentes. Umas Levi’s made in usa custam muito acima dos 150 dólares e um blusão passa dos 200! A Levis Strauss fabrica actualmente coleções para diferentes clientes. Uma das novidades é a linha a que deu o nome de Commuter, pensada para os ciclistas urbanos. A roupa está cheia de detalhes adaptados às necessidades de quem anda em cima duma bicicleta. Faixas reflectoras, respiradores nas camisas, materiais impermeáveis e até um suporte nas calças para cadeado em U, bolsos específicos, cinturas mais subidas, tornam estas peças bastante práticas e estão disponíveis em várias cores.
Se a Levis não se esqueceu de nenhum pormenor, aparentemente ignorou que a comunidade ciclista feminina existe, e que se há peça de roupa que difere no género é um par de calças. Claro que semelhante tratamento discriminatório já motivou reacções na blogoesfera e mesmo um protesto formal junto da marca.

Ana M.

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