Subir, subir, subir. Há ciclistas que não podem ver uma subida sem se fazerem a ela.
É o seu prato preferido.
O norte-americano Craig Cannon é um deles. Conta que começou a andar de bicicleta na estrada e as subidas foram amor à primeira vista.
Diz que fica num estado medidativo quando enfrenta uma subida pela primeira vez e desconhece o que encontra a seguir a cada curva.
Outra subida, provavelmente, e outra logo a seguir.
Quando soube que havia quem sentisse o mesmo e que até já havia uma lista de locais nos Estados Unidos, criada por um grupo de australianos, adequados para ciclistas que quisessem pedalar o equivalente a cumprir a ascensão do Monte Evereste e do seu pico, o mais elevado do mundo, Cannon só teve que descobrir um buraco na agenda para tentar subir num dia os 8.848 metros equivalentes (29.029 pés).
O mesmo que ascender da Covilhã ao topo da Serra da Estrela 7,4 vezes
Escolheu um troço de 2,2 quilómetros numa estrada que atravessa o Parque Regional Tilden, perto de Berkeley, Califórnia.
Montou uma bicicleta a partir de um quadro de aço usado, abasteceu o carro com água e comida, como base de apoio, e começou a subir (e a descer).
Quando cumpriu 11.000 pés de ganho de elevação dos 29.029 totais sentiu-se ainda distante do objetivo. Pouco mais de um terço subido e já com muitas horas em cima da bicicleta.
A esperança renovou-se quando chegou ao 18.000 pés.
“Sabia que ia conseguir”, relatou depois.
“A monotonia de fazer as mesmas subidas uma e outra vez permite-me parar de pensar.
Ouço música, muitas vezes dos anos 80, como Doobie Brothers ou Hall & Oates, porque me faz rir”, conta. Depois de terminar, apetecia-lhe mais, confessa.
Em Agosto, Craig Cannon bateu o recorde mundial para a maior ascensão conseguida em 48 horas: 95,623 pés (29.145 metros).
A receita para tamanha resistência de trepador não tem nenhuns ingredientes especiais.
É spin, spin, spin.
Na bicicleta usa pratos de 50 e de 34 dentes e a cassete é uma 11-32.
Depois é ingerir comida a sério, como lhe chama.
No seu caso é mais pizza, mas também batatas laminadas torradas em sal marinho, queijo parmesão ralado e azeite.
E muito divertimento, claro!
De acordo com o seu registo no Strava, este ano já cumpriu um desnível ascendente de de 205 quilómetros…
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