Uma das descobertas mais legais que fiz no último ano é a delícia de pedalar de saia.
Além de ser absolutamente possível, é uma das práticas mais confortáveis e prazerosas que existe. E, também segura! Isso mesmo, segura de segurança.
É que quando estou vestida com essa peça, os motoristas parecem ter mais cuidado e passam bem longe de mim na rua. Não é loucura, não! Tem até estudo científico provando isso.
Se você clicar aqui, vai achar um post inteirinho falando sobre esse tema.
Mas o assunto hoje é como usar saias na hora de pedalar e as dicas que escrevo a seguir são 100% baseadas nas experiências que faço diariamente com as roupas que tenho no meu armário.
Bom, começo dizendo que não precisa daquela moeda que vai presa na saia com elástico, bermuda, nó na saia ou qualquer outro tipo de acessório para você não ficar mostrando a calcinha por aí.
É bem mais simples e natural do que a maioria imagina, aliás é assim que deve ser a relação com a bicicleta.
O primeiro mito que caiu é aquele de pensar que, assim que você subir na bike, vai encarnar uma Marilyn Monroe segurando o vestido branco em O Pecado Mora ao Lado (filme de Billy Wilder, 1955). Isso não acontece simplesmente porque, em geral, você fica sentada sobre o tecido da parte de trás da saia. Ou seja, a peça fica muito bem presa.
No caso de saias mais curtas que o tecido é menor que selim, vale a pena usar uma bermuda e deixa-la à mostra, sem medo de ser feliz.
A seguir alguns pontos para você se ligar.
OS TECIDOS
Seja qual for o tipo, um pouco de elastano na composição garante sempre um conforto extra e aqueles feitos de fibras naturais deixam a pele respirar em paz. Tecidos encorpados, como algodão, linho e sarja são perfeitos.
O peso deles mantem a saia no lugar e também são resistentes ao vento que pode vir por baixo (eu sou simplesmente apaixonada pelas saídas de ar do metrô, já provou as da ciclovia da avenida Paulista?
Eu recomendo muito).
Eles ainda têm a vantagem de chegar menos amassados ao seu destino. Já os delicados e levinhos, tipo seda, viscose, musselina, mamma mia, que delícia! Pensa na coisa mais prazerosa do mundo que é sentir o vento batendo na saia e fazendo o pano macio roçar na sua pele.
É uma experiência a ser vivida num dia de sol e calor. Mas aqui, vale lembrar, que o perigo de a saia levantar existe mesmo.
Nesses casos, é ficar atenta e apenas segurar com uma das mãos.
AS MODELAGENS
Reta – É aquele modelo clássico que desce reto dos quadris até a barra, que em geral é um pouco acima do joelho.
A primeira vez que a usei foi na inauguração da ciclovia da avenida Paulista.
Devo dizer que não é a mais confortável do mundo, pois para subir e descer da bike é preciso um pouco de habilidade, uma vez que os movimentos ficam um pouco prejudicados.
E, para pedalar, os joelhos devem ficar bem próximos. Mas é aquela coisa, em três quarteirões você já está mais que habituada.
Apenas como curiosidade, este modelo de saia começou a ser usado durante a Segunda Guerra, nos anos 1940.
O que determinava a moda naqueles dias era a escassez de tecido.
Evasê – Ela também é conhecida como linha A, pois tem a forma dessa letra.
Ou seja, a partir da cintura, ela começa a abrir em direção à barra, que pode ser um pouco acima dos joelhos ou logo abaixo deles.
Na bike ou fora dela é, sem dúvida, um dos modelos mais confortáveis que existe.
Se for de um tecido encorpado, é delícia garantida.
Quem popularizou a modelagem foi o francês André Courrèges, aquele estilista visionário que nos anos 1960 previu o futuro das roupas e nos imaginou como personagens de Os Jetsons.
Godê – É uma modelagem volumosa e circular e pode aparecer em vários comprimentos. Em geral, este tipo de modelo dá muita liberdade de movimento, porém é preciso ficar atenta ao excesso de tecido para que ele não se enrosque na corrente.
OS COMPRIMENTOS
Minissaia – Ela surgiu nos anos 1960 e virou uma das peças mais revolucionárias da história da moda, sua autoria acabou dividida entre a inglesa Mary Quant e o francês André Courrèges. Foi um escândalo, pois as moças disputavam quem a usava mais curta.
O Vaticano ficou tão incomodado que condenou seu uso em 1967.
Por isso ela combina tanto com bicicleta.
As curtíssimas e retas são para as moças experientes, já as com um pouco mais de volume são ótimas para pedalar, mas pedem a bermudinha para dar conforto e tranquilidade durante o caminho.
Midi – Ela vai de três dedos abaixo dos joelhos até o fim das panturrilhas e pode ser nas modelagens lápis (esta modelagem é bem difícil na bicicleta), godê, evasê, plissada…
Em qualquer uma das três últimas opções,
Deus salve este modelo! É o melhor de todos, apenas perfeito. Confortável até não poder mais, além de ser feminino e delicado.
A minha melhor saia de pedalar é um modelo evasê da coleção Costela de Adão, que o Ronaldo Fraga (amo amo amo amo) fez inspirada no artesanato com barro feito no Vale do Jequitinhonha.
Longa – Uma solução é amarrar a saia com um nó na altura dos joelhos ou ainda mais acima e deixar a bermuda aparente (eu não uso desse jeito, mas já vi várias meninas assim e fica bem bacana).
Durante muito tempo era só essa peça que a mulher tinha à disposição, depois virou sinônimo de roupa formal e se popularizou como peça do dia a dia no final dos anos 1960, com o movimento hippie.
*As fotos lindas desta página são da Raquel Jorge, minha amiga-de-fé e parceira de pedal. Ela acabou de ir pedalando da Noruega até a Inglaterra.
Dá para imaginar o tanto de coisa bacana que ela viu e viveu nesses quatro meses de estrada, né?
Os lindos e poéticos relatos estão no blog dela.
Em: http://ventonasaia.com/as-melhores-saias-para-pedalar/
MM
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