António Costa quer uma “Lisboa sem automóveis”
Uma cidade sem automóveis é como o presidente da Câmara imagina Lisboa, dentro do menor espaço de tempo possível, afirmou neste sábado o autarca na cerimónia de inauguração de uma ponte para ciclistas e peões sobre a Segunda Circular, uma das mais congestionadas vias rodoviárias da capital.
“As cidades levaram 50 anos a adaptar-se ao automóvel”, mas agora vai ser preciso retirar os carros das urbes no mais curto espaço de tempo, defendeu o presidente da Câmara no discurso antes de ser cortada a fita que abriu oficialmente a nova estrutura, paga pela Fundação Galp Energia em 900 mil euros e em cerca de 450 mil pelo Município.
“É uma obra de arte de que a Segunda Circular precisava”, acrescentou o autarca referindo-se à estrutura de metal e betão em forma de H, com um total de mais de 700 metros de extensão e pintada a laranja, as cores da empresa petrolífera que suportou a maior fatia do investimento.
António Costa, que lidera o PS, atual maior partido da oposição ao Governo, aproveitou a ocasião para defender “uma revolução” no sistema de transportes de Lisboa, que passará pela criação de uma sistema de “metro-bus”, formado por veículos elétricos que funcionarão fora de carris e diversos “anéis” de Lisboa, como a própria Segunda Circular e o eixo Alcântara-Olaias, entre outros.
Recordou que o Município que dirige pretende adquirir as empresas públicas de transportes coletivos Carris e Metropolitano de Lisboa.
O “grande desafio” que se coloca nas cidades é, atualmente, acabar com a “dependência do automóvel” enquanto modo de transporte, realçou, defendendo como alternativa os chamados “modos suaves” de mobilidade – bicicleta e andar a pé.
Aproveitou para contrariar a ideia de que Lisboa é uma cidade com muitos declives, recordando que isso só acontece numa “pequena parte”, nas colinas junto ao rio, já que 80 por cento do território ocupado pela capital é “plano ou quase” e deu como exemplo a meia dúzia de quilómetros que pedalou até chegar à cerimónia, entre a Avenida Duque D’ Ávila e Telheiras, sempre em terreno plano.
Depois, Costa puxou a brasa à sua sardinha e afirmou que quando assumiu a liderança do Município, há sete anos, havia “uma ciclovia em Lisboa” e “agora há 80 quilómetros de ciclovias para lazer”, que admitiu depois deverem ser usadas também para deslocações diárias da população, tornando a cidade “mais sustentável”.
Antes, o vereador com o pelouro dos Espaços Verdes e da Energia, José Sá Fernandes, reconhecera que a obra demorou tempo de mais” a ser executada – começou a por ser anunciada para ficar pronta em outubro de 2010, há mais de quatro anos – mas contrapôs depois que, “quando as coisas são feitas para as pessoas, esquecem-se os atrasos”.
Elogiou também o que disse ter sido feito pela autarquia – “há sete anos era impensável ter pessoas a andar de bicicleta” em Lisboa como disse acontecer atualmente – e anunciou que “para o ano” deverá ser criado um sistema de bicicletas partilhadas na cidade, que anunciara em 2014 dever ficar em funcionamento este ano e ser gerido pela empresa municipal EMEL.
M.M.
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