A moda de andar de bicicleta se amplia no país e deve render bons negócios neste ano de 2013. A disputa de espaço entre carros e bicicletas nas grandes cidades abre oportunidades de bons negócios para pequenos empresários. Lojas especializadas oferecem peças, acessórios e consertos para bicicletas.
Com investimento de R$ 250 mil em reforma do espaço e compra de estoque, o empresário Roberto David montou uma loja de bicicletas em 2010. De lá para cá, o negócio vem crescendo 40% ao ano. “A agilidade da bicicleta, eu posso pedalar em qualquer horário, tem grupos à noite, tem grupos de dia, tem grupos viajando de final de semana, para Santos, para diversos lugares, então esse cenário mostra pra gente, projeta um crescimento muito bom e sólido, né?”, diz o empresário Roberto David.
A loja só trabalha com modelos importados e sofisticados. Há bicicletas com suspensão hidráulica, freio a disco e quadro de fibra de carbono. Com pneus que têm um dedo de largura, elas são projetadas para cortar o ar e ganhar velocidade, alcançando mais de 70 quilômetros por hora.
O serviço de manutenção é essencial para o negócio. Na loja de David, por exemplo, a área representa 6% do faturamento, mas atrai e mantem clientes.
“Há muita poluição, muita sujeira na rua, às vezes chuva, então tem que estar com ela sempre ajustada né?”, diz o cliente Ricardo Corrêa.
Focada em clientes das classes A e B, a empresa criou o serviço bike fit, que faz adaptações das bicicletas para os clientes. Para pessoas que tem problemas de coluna, como hérnia, é preciso que a bicicleta tenha o tamanho certo para não prejudicar a coluna. Com 500 clientes cadastrados, a empresa fatura R$ 80 mil por mês. A localização da loja, perto do parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, também contribui para os negócios.
Alexandre Esteves, cliente da loja que pedala no parque nos fins de semana, diz gastar cerca de R$ 200 por mês com a bicicleta
Para o especialista em marketing e vendas, Richard Vinic, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), a bicicleta virou uma tendência e faz parte do cenário urbano. “É um momento importante porque atende à questão que a grande cidade tem de facilitar o deslocamento das pessoas o meio de transporte. É viável, é barato”, diz Vinic.
Outra aposta de negócio são bicicletas dobráveis, leves, fáceis de serem transportadas ou as que exigem menos esforço do ciclista. Os engenheiros Alexandre Lima, Renato e Rogério Rovito levaram um ano e meio para criar e testar o produto a bicicleta elétrica que desenvolveram. Para chegar ao produto, lançado em janeiro de 2011, eles estudaram diversos modelos no exterior. A empresa tem modelos dobráveis a partir de R$ 3.100.
“A gente verificou que a bicicleta é algo que está vindo com força, mundialmente falando, Estados Unidos, Japão, países da Europa, países orientais. Então a gente imaginou, conhecendo o trânsito caótico, por que não ter um veículo elétrico aqui no Brasil?”, diz o empresário Rogério Rovito.
Os empresários investiram R$ 700 mil para montar a fábrica em que criam os modelos. A fabricação das bicicletas de alumínio é terceirizada.
A empresa já vendeu mais de 1500 bicicletas elétricas e, no ano passado, faturou R$ 1,5 milhão. As bicicletas estão à venda em 50 lojas de todo o país e têm bateria que dura 40 quilômetros – depois tem de ser recarregada na tomada. “Por exemplo, a gente percebe muito importador trazendo aquela bicicleta com aquela cara de chinesa. E o chinês é um povo de estatura mais baixa, o brasileiro é um pouco mais alto. Além disso, o brasileiro gosta desse estilo mais forte, estilo montain bike, mais forte, mais robusto”, diz Rovito.
“É uma boa solução para os grandes centros urbanos e para transporte de curtas e médias distâncias, então eu acho que isso tem tudo pra dar certo, já esta dando certo. Eu acho que o Brasil pode ser um modelo de transporte sustentável para o mundo”, diz o empresário Alexandre Lima
A bicicleta elétrica atinge até 25 quilômetros por hora e tem modelos que funcionam com pedal ou com bateria.
M.M.
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