Poucos dias depois de tomar posse, o antigo general que agora preside ao Egito, pegou na bicicleta e pediu à população que recorra mais àquele meio de transporte para economizar e ajudar as enfraquecidas finanças do país.
Abdel Fattah al-Sisi fez-se fotografar de luvas de ciclista camisa polo branca e à frente de um numeroso grupo de ciclistas numa academia militar do Cairo, capital do pais e a cidade mais populosa e caótica de África, no que ao trânsito diz respeito.
Depois de um dos seus primeiros discursos ao país após a eleição, o homem que liderou o último golpe de estado e agora se fez eleger com mais de 80 por cento dos votos participou numa prova de ciclismo.
Metrópole com mais habitantes em África, o Cairo alberga no seu núcleo cerca de 8 milhões de habitantes, mas na área metropolitana residem mais de 24 milhões de pessoas. O país, duas vezes maior do que a França, tem cerca de 81 milhões de habitantes, que ocupam apenas 5,5 por cento do território, já que o resto é deserto.
Aliado ao caos no trânsito, que está congestionado 24 horas por dia, há os subsídios estatais aos combustíveis que tornam barato andar de carro para a população, mas significam um encargo enorme para o Estado, que não altera a situação com receio de revoltas populares. Perante esta realidade, é raro ver-se uma bicicleta na cidade, situação que o novo presidente quer alterar.
Para ter noção do encargo para o Estado dos subsídios à energia, no ano fiscal que termina a 30 de junho o governo investiu o equivalente a 17,7 mil milhões de euros em apoios para manter os preços dos combustíveis baixos, o que constitui um quinto do Orçamento do Estado.
Para diminuir esses custos, o governo propõe-se reduzir no próximo os apoios em cerca de 7 mil milhões de euros, quase metade dos apoios atuais.
“Se você utilizar o seu carro, paga cerca de 4 libras egípcias a cada 20 ou 25 quilómetros que percorrer, mas o Egito paga 8 libras para esses 20 quilómetros”, exemplificou al-Sisi no seu discurso transmitido pela imprensa oficial.
MM
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